Uma motocicleta com o nome de foguete, Rocket, tem a responsabilidade de justificar a ousadia. Para fazer jus e merecer o batismo, foi equipada com nada menos que o maior motor de uma motocicleta de série do mundo. O gigantesco propulsor tem superlativos 2.294cm3 de cilindrada, distribuídos em apenas três cilindros em linha, ou o equivalente a quase três carros populares e meio empilhados, que acelera como um dragster. Tudo isso em um enorme volume de 2,5 metros de comprimento e 367kg de peso, quando abastecida. Um espanto, que chama mais a atenção que um disco voador.
O modelo chega ao Brasil importado pela própria inglesa Triumph, que está instalada oficialmente no país desde outubro do ano passado, montando sua rede de concessionárias e chegará no Recife em dezembro deste ano.
Uma moto para rodar preferencialmente nas estradas, já que no trânsito as avantajadas dimensões dificultam a fluidez dos deslocamentos. Toda a eventual dificuldade desaparece em um piscar de olhos, compensando com folga os perrengues do tumultuado trânsito, quando o foguete vai para seu hábitat. Caminhos desimpedidos e estradas. A posição de pilotagem é confortável, mas as pernas não ficam tão esticadas como em uma custom. Já o guidão é bastante largo, para facilitar as manobras, especialmente em baixas velocidades, quando geralmente a ventoinha do radiador entra em operação, brindando o piloto com a tortura de um jato de ar quente nas pernas. Entretanto, o grande prazer vem mesmo do motor. Uma verdadeira usina de força, com um descomunal torque de 22,6kgfm a apenas 2.750rpm. Significa que basta acelerar para que o propulsor responda imediatamente com um soco na boca do estômago do piloto, dando um salto para frente, explicando ao freguês a razão do nome foguete.
Nas estradas, a situação se inverte completamente. A enorme Rocket impõe respeito e segue como uma locomotiva. Nas curvas, merece mais ponderação em função da elevada distância entre-eixos e volume. O extraordinário torque faz toda a diferença na pilotagem.
Uma particularidade tão marcante que transforma o piloto em uma espécie de dependente do prazer das vigorosas arrancadas. Como se não bastasse, o motor, equipado com injeção eletrônica e refrigeração líquida, desenvolve 148cv a 5.750rpm. Para frear o modelo manequim GG, a marca adotou o sistema ABS de série nas duas rodas. O visual tem o motor em destaque. Do lado direito, os cromados dos coletores do escapamento. Do outro lado, uma capa cromada do sistema de injeção. Em cima, o grande tanque de combustível, com capacidade para 24 litros. O conjunto óptico dianteiro tem dois faróis redondos. O painel é composto por dois relógios redondos, mas não tem computador de bordo. As rodas são de liga leve, com aro de 17 polegadas na dianteira para aumentar a agilidade. O aro traseiro é de 16 polegadas, calçado com um enorme pneu de 240mm de largura. A suspensão dianteira é invertida e a traseira com dois amortecedores. O preço sugerido é de R$ 69.900.
